segunda-feira, 21 de junho de 2010

a fourth (the biggest) dream ...divided in many parts (part 1)

Foi em um dia escuro, mais escuro do que eu costumava gostar.
Não estava frio, nem quente e o ar estava tenso.
Como sempre, eu estava muito estressada com trabalhos e , para aquele dia, havia dois a serem entregues. Na sala só tinha uma luz, no fundo, em volta da qual eu e as meninas nos reuníamos.
Eu nunca tinha visto a Fernanda tão medonha, seu rosto, metade iluminado pela luz, me trazia uma certa cautela. Nós estávamos brigadas, não sabia o motivo, mas também estava irritada com ela. Precisando dos pontos decidi que eu ia arrumar um jeito de fazer aquele trabalho.
Irritada, essa era uma caracteristica minha já, por ser tão constante, com dor de cabeça, num lugar que me parecia totalmente estranho e,disso eu tinha certeza, sombrio, decidi buscar ajuda na biblioteca.
A biblioteca também estava escura, sentia um peso enorme em minhas costas, quase como se fosse cair no chão.
Não tinha ninguém, ou quase ninguém,na biblioteca, exceto pelo menino ao fundo daquela mesa. Conhecia aquele menino de vista, sim, ele era amigo daquele outro garoto, o qual eu odiava, João.
Porém ele não se parecia nada com João, este menino era mais quieto, na dele, nunca falava. Só ficava a observar.
Sentei-me então do seu lado, tentando ser o mais simpática possível o cumprimentei.
Ele só me olhou e voltou sua atenção ao que fazia antes.
Comecei meu trabalho, sem muita noção do que deveria fazer. Logo percebi que ele tinha acabado com suas atividades e me observava.
Um pouco sem graça perguntei a ele se sabia a resposta de uma questão do trabalho e , quando percebi, ele já estava me ajudando a resolver tudo, me passando as respostas e tirando qualquer dúvida que eu tivesse.

No outro dia de manhã nos encontramos novamente na escola e ele me seguiu o dia todo.
Começamos a conversar bastante e , apesar dele ser muto fechado, logo nos tornamos amigos.
Ele era muito especial para mim e conversávamos durante horas.

Fazíamos os trabalhos juntos, cheguei até a esquecer que tínhamos outros colegas dentro de sala.
Ele era muito inteligente e conseguia me explicar todas as matérias.

Quando tentei apresentá-lo às meninas ele ficou um pouco constrangido, afirmava que não sabia fazer amigos e que eu tinha sido uma exceção.
Disse também que não era amigo de João, mas que ele tinha sido a primeira pessoa a conhecer na escola e por isso sempre o acompanhava.

Aos poucos ele foi se soltando, se abrindo para mim.

Seus olhos sempre brilhavam quando me via e seu sorriso era o mais sincero.

Eu o amava, como um irmão, e desejava nunca tê-lo afastado de mim.

Nossas dias seguiam normalmente e nossa amizade era cada vez mais forte.

Até que ele começou a faltar muito de aula, chegou até a faltar uma semana seguida.

Resolvi visitá-lo em casa, foi aí que percebi que eu não sabia nada sobre a família dele, nem onde ele morava.

Comecei buscando informações na secretaria da escola, porém eles também não tinham informações sobre o garoto, ou não queriam me passar.


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